Fred Rodrigues (esq.), Christiane do Valle e Gustavo Gayer
A presidente da Federação dos Hospitais, Laboratórios, Clínicas de Imagem e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Fehoesg) e do Sindicato dos Laboratórios de Análises e Banco de Sangue do Estado de Goiás (Sindilabs-GO), Christiane do Valle, participou ontem, 21, do programa Além da Curva, do canal no Youtube Papo Conservador. Com os apresentadores Fred Rodrigues e Gustavo Gayer, ela conversou sobre o cenário da saúde em Goiás e as mudanças implantadas no Estado com a pandemia de Covid-19.
Christiane iniciou sua fala mostrando a importância do tratamento precoce e da nova recomendação das instituições de saúde para que a população procure assistência médica logo no início dos sintomas da doença. E ressaltou: “hoje, você observa que o pavor em relação ao vírus está reduzido, porque as pessoas confiam nesse tratamento precoce”. Contudo, segundo ela, os cuidados preventivos devem continuar sendo seguidos por todos.
Ela também relatou a difícil situação enfrentada pelos prestadores de serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), que não recebem as verbas destinadas pelo Ministério da Saúde, de acordo com a Lei 13.992/2020. De acordo com ela, o dinheiro já está nos cofres das Prefeituras Municipais, que já receberam quatro parcelas. Porém, os gestores de Goiânia e de Aparecida de Goiânia não repassam o valor aos prestadores.
“Essa Lei ofereceu um subsídio para auxiliar os prestadores após a suspensão dos atendimentos eletivos. Seria feita uma média do faturamento de doze meses, de março de 2019 a março de 2020, e repassado o valor a todos os prestadores contratualizados. No entanto, até agora, em setembro, os prestadores de Goiás não receberam, mas as Prefeituras estão recebendo.
Christiane acrescentou ainda que essa situação acarretou o fechamento de muitas empresas, como laboratórios pequenos que dependem exclusivamente de atendimentos do SUS. Porém, ela espera que uma nova Lei, a ser sancionada nos próximos dias, determine, novamente, o pagamento por parte das Prefeituras.
Ela afirmou ainda que essa situação mostra a importância da eleição de representantes políticos comprometidos com a saúde e com a população. Christiane elogiou o papel do Conselho Municipal de Saúde da capital, mas ressaltou que o diálogo que a Prefeitura mantém com os prestadores de serviços ainda não é o ideal. “No nível federal, temos que parabenizar, pois o presidente e outros gestores trabalharam em várias leis e portarias importantes para a nossa área. Também vejo que há diálogo entre o presidente e o governador. Porém, na Prefeitura, isso ficou muito comprometido”.
Sobre o cenário da saúde pós-pandemia, a presidente não foi muito otimista. Dentre os problemas previstos por ela estão o aumento de óbitos por doenças negligenciadas neste período e tratamentos que deixaram de ser realizados e o risco de fechamento de instituições de saúde por incapacidade financeira decorrente do represamento dos atendimentos eletivos.
Ela finalizou sua participação afirmando que a Fehoesg continuará na luta em defesa de uma saúde de qualidade e para garantir os direitos dos usuários e prestadores de serviços de saúde e, para isso, manterá as cobranças aos gestores de todos os níveis.
Confira o programa completo no Youtube: bit.ly/301KdXs
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