Federação dos Hospitais, Laboratórios, Clínicas de Imagem e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

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Parcerias com o setor público são resposta para sistema mais sustentável no Brasil

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Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, Estadão Blue Studio
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29 de outubro de 2022 | 06h00

Como melhorar o atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS)? Diante dessa pergunta, especialistas reunidos em um dos painéis do Summit Saúde & Bem-Estar 2022 foram consoantes ao apontar a importância crescente de convênios e parcerias entre o setor público e organizações que prestam serviço privado para oferecer mais qualidade e tratamentos mais avançados aos usuários do SUS.

“Temos um sistema de saúde que envolve a parte pública e a particular. Não é possível que elas caminhem em paralelo, sem se cruzarem. É preciso ter troca e transparência”, afirma Ana Maria Malik, médica e coordenadora da FGV Saúde.

A visão é compartilhada pelo presidente do Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde (Ibross), Flávio Clemente Deulefeu, para quem a troca de conhecimento tem de estar no centro dessas parcerias e convênios. “Ampliar o acesso é trabalhar em rede, cada um no seu papel, compartilhando a sua expertise. Mas para construir essas parcerias, é preciso duas coisas: confiança entre os dois lados e propósito alinhado”, ressaltou Deulefeu.

Os convênios entre o Einstein e o sistema público, que envolvem 28 unidades de saúde em São Paulo e em Goiás, são exemplos bem-sucedidos. O médico Leonardo Rolim Ferraz, diretor do Hospital Municipal M’Boi Mirim – Dr. Moysés Deutsch, gerido pelo Einstein, destacou a importante atuação, durante a pandemia, da unidade, onde 6.000 pacientes foram tratados. “Passamos de 20 para 200 leitos em apenas dois meses, e isso só foi possível por conta dessa parceria.”

Outro exemplo da importância do apoio das organizações ao sistema público é o serviço de teleatendimento, via Proadi-SUS, que já beneficiou 30 mil pessoas, permitindo a conexão de especialistas do Einstein com a população da Região Norte do País. Antes, muitos desses pacientes precisavam se locomover por até cinco dias de barco para uma consulta. “Dá para fazer mais e melhor por meio de inovação e convênios, mesmo com todas as limitações que o sistema nos impõe”, afirma Ferraz.

Entre os obstáculos, estão entraves para a expansão de projetos regionais, segundo o secretário de Saúde do Espírito Santo e presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais da Saúde (Conass), Nésio Fernandes de Medeiros Junior. “Para transformar iniciativas regionais em nacionais, há pressões políticas e econômicas, além da necessidade de aprovações de diferentes esferas do governo.”

Ferraz destaca, no entanto, que não é preciso esperar o avanço das políticas públicas ou uma mudança no sistema: “É possível cada um assumir a sua responsabilidade e promover equidade em saúde por meio de ações concretas”.