A presidente do Sindicato dos Laboratórios de Análises e Banco de Sangue do Estado de Goiás (Sindilabs-GO), Christiane Maria do Valle Santos, está preocupada com a realização de testes rápidos da Covid-19 em farmácias e drogarias, que foi aprovada ontem pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na semana passada, a presidente já tinha encaminhado uma denúncia aos órgãos de vigilância sanitária de Goiânia e do Estado contra empresas, como farmácias, clínicas e indústrias, que estariam vendendo e realizando esses testes rápidos para diagnóstico do novo coronavírus (Covid-19).
Christiane do Valle alerta que esses testes apresentam grande variação de qualidade e desempenho, não têm eficácia garantida e, portanto, representam um risco à saúde, pois um falso diagnóstico, seja positivo ou negativo, pode causar sérios danos ao paciente e a outras pessoas.
Vice-presidente da Federação dos Hospitais, Laboratórios, Clínicas de Imagem e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Fehoesg), Christiane do Valle também integra a diretoria da Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), uma das entidades signatárias da nota pública que faz um alerta sobre evidências dos testes rápidos.
Na nota, assinada ainda pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), Associação Brasileira de Biomedicina (ABBM), Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC) e Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML), as entidades ressaltam que não verificaram na liberação dos exames citações sobre condicionantes ou mesmo a preocupação com a garantia de qualidade dos testes rápidos e destacam esperar que as vigilâncias sanitárias municipais ou estaduais possam exercer seu poder de fiscalização sobre esses testes a fim de beneficiar a saúde pública e garantir a segurança dos cidadãos brasileiros.